As principais atividades económicas do
Japão circulam entre as ilhas de Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kiushu. Para encurtar a distância entre as ilhas, a engenharia japonesa construiu dois túneis e uma ponte entre Honshu e Kiushu. En
tre Honshu e Shikoku, duas grandes pontes também estão sendo construídas e um imenso túnel, com 54 km de extensão, liga Honshu e Hokkaido.
Cerca de 80% do território japonês apresenta relevo montanhoso. As montanhas das ilhas Honshu, Shikoku e Kiushu exibem uma vasta vegetação tropical. A ilha de Hokkaido é coberta por taiga. Essas condições permitiram uma intensa utilização da madeira, inclusive para a construção de embarcações.
Embora a maior parte do t
erritório japonês apresente relevo montanhososo, a cultura tradicional é a plantação de arroz (rizicultura), mas
há muito tempo que o país também se dedica à pesca, explorada simultaneamente por pequenas e grande empresas. Pequenos portos para pesca são encontrados em toda a sua área costeira, principalmente no litoral do Oceano Pacífico, cujas águas são mais piscosas.
Até metade do século XIX, a rizicultura foi a principal atividade económica do japão. Isso mostra o espírito trabalhador do povo japonês, que ao longo da história precisou conquistar um meio natural inóspito particulamente para as atividades agrícolas. Apenas 16% do território japonês é formado por planícies, onde a atividade agrícola é mais fácil.
A rizilcultura transformou a planíci
e de Kanto na zona mais densamente povoada do país. Isso garantiu um mercado consumidor para a indústria que se e
stabeleceu na era Meiji.
A ocorrência de quatro estações do ano nitidamente marcadas é responsável pelo fornecimento do calor e da humidade que a cultura do arroz exige. Além disso, o emprego de irrigação constante favorece o seu desenvolvimento.
Mesmo depois de ter se transformado em um dos países mais industrializados do mundo, o Japão manteve a agricultura como uma de suas mais importantes atividades. Mas os interesses industriais e urbanos cresceram nas áreas que foram tradicionalmente ocupadas por lavouras. A diminuição da área cultivada vem sendo compensada pelo constante aumento da atividade agrícola, isto é, maior produção por área e por pessoa, decorrente da aplicação de técnicas avançadas e de novos instrum
entos. Todavia, a atividade agrícola japonesa tem uma importância mais histórica e cultural, pois é possível importar os outros produtos a preços bem mais baixos. Um dos focos de conflitos diplomáticos no Japão é sua política protecionista. Dentre as principais atividades industriais
estão a indústria automobilística (o país é sede mundial, dentre outras, das montadoras Toyota,Honda e Subaru), a indústria eletrônica e de informática, a siderurgia, a metalurgia, a construção naval e química, com destaque para as indústrias com tecnologia de ponta nestes setores.
Japão de Hoje
A Constituição atual, em vigor desde três de maio de 1947, fez do Japão um país de democracia representativa.O poder legislativo é exercido pelo Parlamento, eleito pelo povo. Compõe-se da Câmara de Deputados, com 467 membros, eleitos para um mandato de quatro anos e da Câmara de Conselheiros, com 250 membros, com mandato de seis anos, sendo que para metade deles, é somente de três. Homens e mulheres que completaram 20 anos gozam do direito de voto, em todas as eleições.Existem atualmente, no Japão; três partidos políticos: o Liberal Democrático, (único partido conservador atual), o Socialista e o Social Democrático.O Chefe do Executivo é o Primeiro Ministro, eleito pela Direita, sendo, quase sempre, o líder da maioria. As dezesseis pastas do governo são preenchidas por civis escolhidos pelo Primeiro Ministro, entre os membros do Parlamento, sendo denominados Ministros de Estado.A política do Primeiro Ministro depende da aprovação do Parlamento, através do voto de confiança dado por este. Caso aconteça o contrário, dois fatos podem ocorrer: ou o Primeiro Ministro renuncia imediatamente e, com ele, os Ministros de Estado e é substituído por outro, eleito pelos membros do Parlamento que, por sua vez, escolhem o novo chefe do Executivo. |
O poder Judiciário está nas mãos do Supremo Tribunal, composto do presidente e de catorze juizes e pelos tribunais inferiores, independentes do Gabinete e do Parlamento.
A administração regional é feita por 46 prefeituras, em que está dividido o território. Todas as prefeituras, cidades e povoações possuem assembléias locais, cujos membros são eleitos diretam
ente pelo povo.
A origem exata do povo japonês é desco
nhecida. Há algumas versões, segundo as quais o japonês é oriundo da Ásia setentrional, ou da China Meridional, ou das ilhas do Pacifico sul.
Em 1964, a população do Japão foi estimada em 96.660.000 habitantes, cifra que coloca o país no 72º lugar, entre os paises mais populosos. Como, porém, o espaço habitável é muito pequeno,
devido ao grande número de montanhas, o Japão se torna um dos mais densamente povoados do mundo. Basta dizer que cerca de 40% da população vive numa área correspondente a 1% da superfície total.
Também lá existe o problema do êxodo rural. A vida mais cômoda das cidades atrai número cada vez maior de homens do campo. Tóquio, a capital, já conta com 10 milhões de habitantes. Existem seis cidades, cuja população é acima de um milhão: Osaka, Nagoya, Yokohama, Kobe, Kyoto e Kitakyushu.
Enquanto a vida no campo apresenta um a
specto de calma e monotonia, embora também lá o progresso já tenha penetrado, na cidade a atividade é intensa é evoluída: lojas e casas comerciais sempre lotadas, cinemas e casas de diversões em quantidade, trânsito intenso, com linhas ferroviárias e subterrâneas, cruzando-se por todos os lados, etc.
Apesar do progresso vertigin
oso, que caracteriza a moderna Terra do Sol Nascente, o povo continua apegado às suas mais queridas tradições. O prestigio do Imperador é inabalável no espírito do japonês. O seu aniversário natalício, aos 29 de abril, é comemorado de norte a sul do país. O Ano Novo é acolhido pelo povo com festas solenes, como o símbolo de vida nova e de novos horizontes, O nascimento de Buda, fundador de uma das religiões mais cultuadas do mundo, é comemorado pomposamente pelos seus adeptos.
Estes fatos mostram que o povo japonês sabe ser progressista sem, contudo, desprezar os verdadeiros valores dos seus antepassados.
A economia japonesa depende ainda, em grande parte, da agricultura. 33% dos habitantes fazem, dela o seu ganha pão. Entretanto, a cada dia que passa, essa porcentagem diminui, em virtude da procura de
melhores condições de vida das famílias, nas zonas urbanas.
Devido ao grande número de montanhas existentes no país e à estreiteza do território, restam apenas 16%, ou 59.150 quilômetros quadrados de terra cultivável, onde os agricultores aproveitam avaravelmente, palmo a palmo, não só nos vales, como também nas encostas das montanhas. O consumo de fertilizantes é muito grande e tornam-se cada vez mais populares as técnicas modernas de cultivo motorizado.
O principal produto do Japão é o arroz, cuja produção por hectare é a maior do mundo. Vêm, a seguir, o trigo, o centeio, o chá, a batata inglesa, o fumo, a soja e as folhas de amoreira para o bicho da seda. O solo e o clima do Japão favorecem também a plantação das mais variadas frutas, entre as quais, a tangerina, a maçã, o morango e o pêssego.
Verifica-se, atualmente, uma notável expansão das vacas leiteiras, em virtude do aumento de consumo, por parte da população, de produtos derivados do leite.
Entretanto, também a produção de laticínio
s é pequena, devido à limitação de pastagens e a exigüidade de terra aproveitável para o cultivo obriga o Japão a importar até mesmo os cereais, que são produzidos no país.
Se, de um lado, o território nipônico sofre uma grande deficiência de terra arável, a natureza o dotou generosamente de considerável parte do oceano, que o circunda por todos os lados.
E, desse fato, o japonês procura tirar o mel
hor proveito possível, extraindo do mar todos os seus produtos.
Assim, a indústria pesqueira é uma das mais importantes, havendo, em cada povoação litorânea, pequenas ou grandes frotas de pesca, não só para a zona costeira, mas também para o alto mar. Em tonelagem de pesca, o Japão ocupa o segundo lugar no mundo.
O consumo médio de pescado per-capita é de 27 quilos por ano, enquanto o de outras carnes é de apenas 8 quilos.
O pescado, além de se constituir em excelente manancial de alimentos para o povo japonês, é importante fonte de exportação e deu aos seus pescadores a oportunidade de descobrir, desenvolver e aplicar, em grande escala, a produção de pérolas cultivadas.
O processo consiste em introduzir um pequeno fragmento de concha no interior de cada ostra. A seguir, as ostras são empilhadas em gaiolas de arame e mergulhadas no mar, sendo de lá retiradas, depois de certo tempo, com a pérola em seu redor.
Após a segunda guerra, que arrasou quase por completo a potência nacional, o povo japonês reergueu-se com uma energia surpreendente. Tudo começou novamente do nada.
Vinte anos passados, o Japão se impôs no mercado mundial, com seus produtos industriais.
A construção naval, largamente auxiliada pelo fato de o ser um país marítimo, está em primeiro lugar no mundo. Estaleiros gigantes foram montados em várias nações. Petroleiros japoneses sulcam os cinco oceanos do globo.
A indústria de transportes carris é uma das que mais se desenvolvem, tendo sido produzidas 1.300.000 de unidades de automóveis, caminhões e ônibus em 1963.
A meticulosidade e o gosto pelos detalhes fizeram dos japoneses afamados técnicos em miniaturização, surgindo de sua especialidade variados aparelhos em tamanhos minúsculos.
Também a indústria de produtos químicos alcançou um grande desenvolvimento, passando a ocupar o terceiro lugar do mundo.
Os operários japoneses são conhecidos pela sua operosidade. A maior parte deles está organizada individualmente por indústria, isto é, todos os operários de uma determinada indústria, independentemente do
tipo de trabalho que executam, pertencem ao mesmo sindicato. Cerca de 35% dos operários são sindicalizados.
A escassez de matérias primas básicas e o aumento sempre crescente de produtos manufaturados no Japão fazem do comércio exterior um dos meios indispensáveis à sua sobrevivência.
Borracha, petróleo bruto, minério de ferro, algodão em rama, lã, açúcar e trigo são produtos que devem ser importados.
Por outro lado, o Japão exporta produtos metálicos. Químicos e de maquinaria, perfazendo os 48% do total de vendas ao exterior; produtos têxteis são também exportados em grande escala; dia a dia vem aumentando o fornecimento p
elo Japão de produtos manufaturados, como máquinas fotográficas e de costura, rádios transistores, madeira compensada, automóveis e navios.
Os Estados Unidos são os maiores compradores dos produtos japoneses e, ao mesmo tempo, os que maior número de produtos fornecem ao pais do Sol Nascente. Em termos de área, a Ásia é a maior importadora, seguida pela América do Norte.
Para facilitar e incrementar não só as exportações, como as importações, o Japão colabora com os demais países, na redução das tarifas aduaneiras, como membro do G. A. T. T. (Acordo Geral sobre Tarifas Alfandegárias).
É bem possível que o índice de analfabetismo, no
Japão de hoje, não vá além de 1%.
Este auspicioso fato se deve ao carinho e esmero com que o governo nipônico trata os assuntos educacionais, como ponto fundamental para e progresso e a elevação do nível de vida da população.
A escola é gratuita para os primeiros nove anos: seis de escola primária e três de nível ginasial. A seguir, o curso colegial dura três anos, no qual o aluno paga taxas módicas. Os cursos universitários duram em média, quatro anos.
Os 835.000 estudantes têm, à sua disposição, 250 universidades e institutos de ensino superior. Museus, bibliotecas e salas de exposição estão espalhados em quantidade, em todo o país, para consulta e complementação das aulas, ministradas conforme os métodos pedagógicos dos mais modernos.
Mas, esse alto nível de alfabetização do povo não foi alcançado da noite para o dia. É o resultado de 100 anos de árduos esfo
rços e lutas, que se traduz nos 29.000 livros, nas 14.000 revistas, nos 100 diários. O povo japonês lê, em média, dois jornais por dia. A grande popularização dos modernos meios de comunicação, como o rádio e a televisão, contribui também para manter o povo japonês informado acerca de todos os acontecimentos do mundo e manter elevado o seu nível de cultura.
Como em todas as grandes capitais da Europa, Tóquio, que conta atualmente com 10 milhões de habitantes, solucionou satisfatoriamente os problemas do trânsito.
A metrópole, que os visitantes têm oportunidad
e de admirar, mais parece uma cidade feita para concretizar os sonhos de Júlio Verne, tal a grandiosidade das suas obras de engenharia.
O espaço aéreo é aproveitado para a passagem dos monotrilhos, suspenso em pilares, que são fincados até mesmo no mar.
Duas e até três vias de trânsito, com várias pistas, se sobrepõem e cruzam em todos os sentidos, facilitando o escoamento rápido das correntes de tráfego.
É tradicional a pontualidade e a eficiência dos
trens japoneses, de que se servem os operários, para irem ao trabalho.
Nesta cidade, tudo é planejado e executado no sentido de facilitar à passagem não só de pedestres, como também de veículos de todos os tipos.
Toyostismo :
O Toyotismo é um modo de organização da produção capitalista originário do Japão, resultante da conjuntura desfavorável do país. O toyotismo foi criado na fábrica da
TOYOTA no Japão(dando origem ao nome) após a Segunda Guerra Mundial, este modo de organização produtiva, elaborado por Taiichi Ohno e que foi caracterizado como filosofia orgânica da produção industrial (modelo americano), adquirindo uma projeção global.
O Japão foi o lugar da automação flexível pois apresentava um ambiente diferente dos EUA: um pequeno mercado consumidor, capital emão-de- obra escassos, e grande disponibilidade de matéria-prima não-especializada, impossibilitavam a solução taylorista-fordista de produção em massa. A resposta foi o aumento na produtividade na fabricação de pequenas quantidades de numerosos modelos de produtos, voltados para o mercado externo, de modo a gerar divisas tanto para a obtenção de matérias-primas e alimentos, quanto para importar os equipamentos e bens de capital necessários para a sua reconstrução pós-guerra e para o desenvolvimento da própria industrialização.
No contexto de reconstrução após a Segunda Guerra Mundial, a Guerra da Coréia [1] (ocorrida entre 25 de junho de 1950 e 27 de julho de1953) também foi de grande valia para o Japão, a Guerra provocou inúmeras baixas de ambos os lados e não deu solução à situação territorial até os dias de hoje. Ao decorrer da guerra, os dois lados fizeram grandes encomendas ao Japão, que ficou encarregado de fabricar roupas, suprimentos para as tropas na frente de batalha, além de caminhões Toyota, o que livrou a empresa da falência. Essa medida foi conveniente aos Estados Unidos, já que a localização geográfica do Japão favoreceu o fluxo da produção à Coréia e o aliado capitalista seria importante em meio ao bloco socialista daquela região. A demanda Norte-Americana incentivou a rotatividade da produção industrial e iniciou a reconstrução da economia japonesa.